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Disquinho de Bolso

by Batone

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1.
Banguela 04:52
BANGUELA____________________________________________batone Quem não sabe onde pôs o dedo e chora que agora está se ardendo tanto fez que não tem mais onde quebrar a cara troca as mãos pelos pés mas se desamarra quem não tem mais medo dos caretas foi no vento e perdeu o assento decidiu fugir da roça de carona na carroça e hoje anda meio pouca prosa levanta a mão quem na boca falta um dente levanta a mão quem na boca falta um dente toques aqui quem quebra brinquedo só pra saber como ele é por dentro arrebenta o pulmão pra ter acesso ao coração e entender o seu funcionamento minto que já sou dono do meu nariz e não ligo se ele cresce como uma raiz e nem ligo se no sonho vôo mais que o meu tamanho nem se estou descalço sobre a terra dando um passo maior que a perna
2.
UMBIGO DO MUNDO__________Batone e Chico Marques Eu te aceito imperfeito porque quero andar do teu lado porque te quero no peito mesmo que em estilhaço tudo que está com defeito pode ainda ser consertado pra toda tranca há chaveiro pra toda chaga, cuidado pra todo vaso trincado pra todo o remendo o tempo é um aliado o tempo é enfermeiro eu e a búrica-mundo “escaps”-“tudovortis”-mundo mundo desse tamaninho tanto que eu quero um pedaço mundo do fundo do poço mundo fora do prato roda que eu rodo primeiro corre pois corro perigo pare porque és o parteiro do que será repartido mundo nózinho do umbigo, nós, o umbigo do mundo quando eu era pequeno andava o mundo descalço entre o fundo do terreno e o começo do asfalto hoje com meu crescimento nem tenho mais um pedaço misturo os erros e acertos confundo a dança e os passos eu e a búrica-mundo “escaps”-“tudovortis”-mundo na ponta do alfinete no topo do Everest pra debaixo do tapete o pó do Velho Oeste tudo parece de enfeite nesse confeito salgado tudo lançado na rede tudo jogado no dado
3.
Toda Ana 04:53
TODA ANA___________________________________batone Trocando umas palavras Ana me manda alguma, algum sinal a tua semana, o teu cinema, a gente inventa, a arte imita e a vida engana Mana, pra mim tá tudo tão normal que isso já me parece um problema daqueles, daqueles que a gente nunca evita como dois leões soltos na praça ninguém pode a gente junto e fazendo graça Vai lá Ana, toda a manhã, toda a semana na correria de outro dia, de outra mudança mas saiba que o futuro bate sempre à sua porta e que nos bastidores é proibido ficar, é proibido ficar Ana, mudaram toda a rua, o que a gente junta o tempo separa não há nada que a gente esconda que não estampe na cara como um desenho que a Iara faz o coração quer mais do que o corpo é capaz Andei um mundo pra procurar de graça as mesmas coisas que a gente já tinha em casa Ah, olha quem vem pra jantar olha quem está por aí, olha quem foi embora nós temos um passado recente mas nada como antigamente ! nada como antigamente… lá do tempo que cabia na casa um Robô Gigante! Vai lá Ana, toda a manhã, toda a semana na correria de outro dia, de outra mudança mas saiba que o futuro bate sempre à sua porta e que nos bastidores é proibido ficar, é proibido ficar
4.
Noir 03:44
NOIR __________________________________________batone Mudando novamente de endereço ao encalço de mim mesmo sustentando aeroplanos no ar pra que nada venha a desabar no ar, faço trovas, trovejando no ar, conto as dobras do tempo solar no ar, para onde, para quando... sou refém agora do dinheiro ele dita o paradeiro do meu rádio e travesseiro tudo nessa vida tem seu preço de repente o sucesso dura um fósforo aceso no ar, ele brilha antes de suspirar no ar, tudo inflama e vira cinza no ar, as estrelas da sessão privé no ar, uma rádio, uma canção qualquer partindo novamente do começo desprezando todo acesso me conheço, réu confesso noir como o sobretudo de Bogart noir, como um morto na piscina noir, como um anjo azul de cabaret noir, bem novela, bem a vida, como ela é...
5.
MANTEIGA DERRETIDA______________________________________batone Chora então, menina , chora então, chora até passar tanta dor manteiga derretida eu não posso consolar todo amor é mesmo uma corrida, como cansa desejar Chora então, menina , chora então, chora até secar Eu não lembro mais dessas feridas, deixa elas como estão tua dor manteiga derretida, o que é que eu faço, chora então Troca a roupa curta da criança que brincou de amar você se perdeu nessa criança que não quer, não vai voltar, você me deixou sozinho à beça, naquela mesa, naquele bar, olhando teu copo de água com gás e limão chora então menina, chora então Pega um táxi, um bonde um trem, um ácido um modem não vão te encontrar mas eles já sabem sua casa todo mundo vai pra lá, só você não sabe o que se passa e eu querendo te ajudar mas teu telefone me trapaça não chama, não toca, nunca está desse jeito, desse jeito, espana, espana desse jeito não vai dar, não vai dar, desse jeito não vai dar não, não vai... Chora então menina, chora então, chora até casar essa flor manteiga derretida só perfuma se regar todo amor é mesmo uma corrida, como cansa desejar chora um mar em fúria, chora uma avenida que uma hora outro alguém vai te bastar outro alguém vai te bastar.
6.
Noturno Colorido____________________________________BATONE Velhinhos no Flamengo tomam cor e eu tomei todas, colori a noite anterior o coro das crianças jogando futebol me diz que eu não devia ter deixado o meu lençol o sol, a luz no mar lançou meus óculos de camelô da China no Saara o vento que adora a Guanabara desembaraça o pensamento e a cabeleira "quem me dera" aquela água de côco do moleque da barraca e uma dose de gin, se o mar tá de ressaca a areia, os grãos lembram vitrais meus pés no chão me pedem mais enquanto a onda passa teria me tornado um atleta se não tivessem me roubado a bicicleta e essa silhueta que aprofunda o meu umbigo é culpa exclusivamente dos velhos amigos brigado céu, brigado azul façamos as pazes estamos nus cadê a bicicleta
7.
TETÊ CLEMENTINA_____________________________________batone Tuas dúvidas, tuas dádivas, tuas dívidas, tuas lágrimas serão minhas se você me fizer tua ilha, tua escolha, tua história escrita, tua outra medida tua boca, minha fruta, quero outra vitamina diz que vai pra Cuba como quebecoise latina corre, atende, é o meu coração cliente te esperando na linha segue à risca, trapezista, a corda bamba, dorme exausta, astronauta, minha russa espiã dos artistas minha gata malagueta, a salada da minha vida apimenta, porque eu quero é queimar minha língua nessa sopa que é tua roupa dormida acorda margarida, flor do dia, ri de tudo, tudo rima, faz um drama, chora a pampa, cansa e vai pro samba e no coro se esquece do choro vira fruta em minha boca, dá uma volta e vira outra pega e some como se eu fosse teu lobisomem pega e some como se eu fosse teu lobisomem, e aparece como o sol que acontece, porque sempre acontece...
8.
A ÚLTIMA BALA_____________________batone Deixe logo de ser boba, junte suas coisas, vamos partir para o que vier a cidade inquieta é a selva perfeita, olhe pra janela meu amor jogue-me as suas tranças, vamos rir um pouco, me dá logo o bem que eu sei que você tem pra mim Hoje o tempo está fechado e corre um boato que o asfalto deve derreter o meu filme em preto e branco, a platéia em prantos todos torcem pr’eu beijar você mãos ao alto isso é um assédio contra o tédio, vem que eu tenho todo bem que eu sei que você quer sentir Você está cercada, renda-se aos fatos pelo teu retrato vão te perseguir do teu lado eu topo aparecer na foto mire bem no peito quando a porta abrir nessa estamos juntos até o fim do mundo até o último cartucho, até a última bala De hoje em dia há muitas coisas que não vão ser mais como costumavam ser vou por no lugar, o pingo dos “is”, e desdobrar meu coração de papel há muita dor, mas, há muito mais e o dia amanhã nasce de novo vem que é com você que vale a pena ver se a minha alma não é pequena vem que juntos somos cem ouça as sirenes, tudo arde silenciosamente ao meu redor
9.
BARATAS CARIOCAS CONTRA O GIZ JAPONÊS__________Rato e Batone Eu sei dançar sem que você guie meus pés já sei brincar sem que você me dite a vez Mas tive que desaprender a entender suas razões o que não era meu deixei, deixei pra responder depois do mundo eu nem quis saber, da vida eu só ouvi falar pros outros eu mandei dizer que agora eu sei dançar Abra as portas deixe entrar meu grito Baratas Cariocas tramam no esconderijo contra o Giz Japonês, contra o Giz Japonês e temem pelo seu destino eu sei voar longe do chão que você fez sei me safar antes que você chegue até dez Mas tive que desaprender a entender suas razões o que não era meu deixei, deixei pra responder depois do mundo eu nem quis saber, da vida eu só ouvi falar pros outros eu mandei dizer que agora eu sei dançar, que agora eu sei dançar, que agora eu sei dançar... Abra as portas deixe entrar meu grito Baratas Cariocas tramam no esconderijo contra o Giz Japonês, contra o Giz Japonês e temem pelo seu destino

about

Além de fazer referência ao formato digital na música, o nome Disquinho de Bolso também é uma lembrança ao projeto quase homônimo do multi-artista Sérgio Ricardo. Seu Disco de Bolso teve apenas duas edições que foram publicadas pela revista Pasquim, mas foi uma iniciativa de vanguarda para a música brasileira na época, encontrando paralelo somente décadas depois com a revista OutraCoisa. Sérgio Ricardo é irmão do Dib Lutfi, um grande amigo e mariliense como eu. Ele fez parte da criação do Cinema Novo, da modernização da canção popular brasileira através do seu engajamento com a Bossa Nova e depois com a canção de protesto. É também um pintor e escultor talentosíssimo. Quebrou seu violão no palco do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, numa noite em 1967, a noite que nunca acabou.

As gravações do Disquinho de Bolso terminaram em setembro de 2009, na véspera da minha mudança pro Canadá. Foi uma viagem que me trouxe amigos, conhecimento, experiência e um grande prazer e que me preparou espiritualmente para uma grande mudança.

credits

released September 16, 2009

Gravado e mixado por Oliver Drummond, Batone e Rafael Gryner no estúdio Filet Com Fritas (Rio de Janeiro - RJ) entre julho de 2008 e setembro de 2009. Masterizado por Júlio Anizelli no Plugue Estúdio (Londrina - PR) em agosto de 2011.

produzido por Ely Arcoverde Jr
produção musical: Rafael Gryner e Oliver Drummond
mixagem: Oliver Drummond
direção artística e arranjos: Batone
técnicos de gravação: Oliver Drummond e Rafael Gryner
edição: Oliver Drummond, Batone e Rafael Gryner
masterização: Júlio Anizelli
fotos: Luke Garcia e Max Moure

arte da capa:
ilustração: Marcus Matraca
arte final: el escama

Músicos:
Batone: voz e violão
Mizão: guitarras e efeitos
Joe Parker: baixo
Stephan Drummond: bateria
Érick Moura: teclados
Irmãos Saturno (Paulo e João Casaes): efeitos, loops, batidas

participações especiais:
Marcus Matraca: flauta, saxs, gaita e efeitos de sopro
Bamboo: bateria
Vinícius Cordeiro: percussões
Rodrigo Serra (Babalú): vibrafone e bateria
Filipe Barthem: baixo
Roberto Camilo Caetano Leitão: acordeom
Laura Zandonadi: segunda voz e backing vocals
Ely Arcoverde Jr.: guitarra, violão e teclados
Oliver Drummond: guitarra, bandolim e efeitos
Rafael Gryner: idéias boas e mão na massa
Luis ''Menor": start, o primeiro clic...

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about

Batone Montreal, Québec

Eco-anarco-humanista, glauberiano com ascendente em escorpião.
Um ex-fantoche, um faminto índio das cavernas, um loboguará do Velho-Oeste Paulista e, antes de tudo, um ente que se quer presente.

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