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N​ã​o vai ter culpa!

by Batone

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1.
CUSPIDO EM CARRARA________________________batone Saio do trabalho, um espantalho, um galho, quente e resfriado como leite qualho pronto, em ponto, a postos, pra quem chamar Não desisto, insisto eu quero isso eu sou de aço canso um dia, noutro sou caçado fera em ferro, barco içado do fundo do lar O sofá me aguarda enquanto eu tiro a farda o corpo largo despejo no meu quarto e largo os olhos fartos ao noticiário irisório, hilário, meu diário assim o é sem pausa pra café meu canto encontra quatro cantos enquanto como em pé Então faço-me embrulho lançado ao vento do precipício pra me livrar de todo esse entulho e desatar-me de tanto vício A velha carcaça de lata agora baixou sua guarda não morre nem mata, o sangue de barata agora sangra e chora agora canta e fala quero cansar as pernas correndo mundo a vida eterna quero emprestar os braços, sou ferramenta, sou escada pra trilhar o espaço
2.
ANTIARQUITETURA__________________________________batone Crianças, há muito penso nesse mundo de formigas cada qual no seu buraco sustentando suas vigas vidas entocadas, casas, condomínios e barracos cada um no seu casulo, no asilo do seu vácuo nas cidades em retalho, nesse quadro abstrato cada um segue enquadrado pra afirmar o seu retrato cada qual com seu pedaço, com seu naco do espaço cada um no seu recorte, cada qual com a sua parte é, o que é cimento hoje, ontem foi desejo o que vejo de concreto antes foi obra do afeto todo chão pavimentado, muro erguido, aço armado, é um sonho reclamado pela vontade do concreto a vontade do concreto a vontade do cimento a vontade do objeto a vontade do sujeito a verdade do concreto o concreto do cimento o ciúme do objeto o objeto do desejo nós essas idéias que se expressam muito bem essas idéias que destroçam sem ver à quem essa voz que bota ordem na matéria essa voz além da idéia! nos esquecemos quem é mesmo a criatura produzindo sem medida, consumindo sem mensura e que a saúde é o fim da arquitetura pra que a mais bela natura transpareça na estrutura então a arquitetura do futuro é o fim do túnel a entrada do progresso custa caro e barra acesso então a antiarquitetura é a cultura processando a carga impura pra que tudo vire espuma o futuro do objeto é o dejeto o dejeto do futuro é o sujeito o sujeito sem pretérito é o presente o presente é um futuro sem sujeito o futuro do sujeito é ser complemento do objeto o dejeto do futuro é o presente do sujeito um amigo meu me disse um dia: já existe coisa hoje que nem existe ainda...
3.
BLACK BLOC BROTHER________________________batone Preso em congestionamento indo careta pro centro escondido dentro desses setenta por cento que não faz falta massa que um dia pode amassar vivo assim de galho em galho passando a reza ao vigário inaugurando atalho que outro salafrário vai querer usar massa que um dia pode amassar atento ao momento, atento ao acontecimento o lance é da boca pra dentro da boca pra fora demora, nada melhora o jeito pra fazer efeito é afinar o pensamento faz dele teu medicamento o lance é da boca pra dentro corro atrás do prejuízo mascando dente de ciso completamente liso e tudo que é preciso sobra là... no Canadà tenho feito a minha parte mas sobra nem a metade só fico na saudade nesse contrato covarde quem vai ser, quem vai rodar massa que um dia pode amassar atento ao momento, atento ao acontecimento o lance é da boca pra dentro da boca pra fora demora, nada melhora o jeito pra fazer efeito é afinar o pensamento faz dele teu medicamento o lance é da boca pra dentro da boca pra dentro atento ao acontecimento da boca pra dentro atento ao movimento da boca pra dentro atento a todo momento da boca pra dentro
4.
Lâmina 04:50
LÂMINA______________________________________batone Querendo a ponta dos meus dedos o medo aponta a sua lâmina prata como a primeira fresta da manhã e eu nu e cru falando grego me abro em versos entre as máquinas grisalhas máquinas ovelhas tecelãs entre as ovelhas tecer lã faísca me aconselha o metal que crispa procura o sol no acordeon acorda o sol na cor do som a risca que foi traçada não deixou mais pista e nessa estrada que vai dar em nada Deus te guarda Deus te aguarda são Deus te aguarda são Deus te guarda como a pedra que o tempo alisa Deus te guarda lâmina precisa Escuto atento a entrevista a voz do artista que veio dançar conta pra sala como cala a solidão e ainda dentro da notícia passo em revista minhas músicas de cada estada nessa estrada nesse chão de cada entrada em colisão faísca me aconselha o metal que crispa procura o sol no acordeon acorda o sol na cor do som a risca que foi traçada não deixou mais pista e nessa estrada que vai dar em nada Deus te guarda Deus te aguarda são Deus te aguarda são Deus te guarda como a pedra que o tempo alisa Deus te guarda lâmina precisa
5.
A FOME DO RICO___________________________batone A noite é fria e o frio arrepia pernas de fora das ruas da Glória a vida é sonho um tanto medonho e o tempo foi-se durou uma tosse, durou um coice o tempo é fosso engole o bom moço domingo é dia segundo a cartilha segunda é osso só sobra o caroço semana finda e é tudo que resta daquele moço o caroço! a noite é fria, pessoas são quentes a drag espirra, pessoas são gentes tudo é urgente mas sob correntes ninguém segura, o pingo que tanto apanha fura pra tanta usura: moleque de rua se mais ganância: bem mais mendicância ao desperdício: favela e cortiço e à indiferença: essa crença carnívora que avança quando eu começar vai ser pra matar vai ser pra matar a fome do mundo! quando eu resolver vou por pra correr vou botar pra correr o dinheiro sujo! quando eu decidir vai ser pra invadir vai ser pra invadir teu coração duro! boca de lobo, calçada de pedra prédio vazio, buraco no asfalto a rua rima, milagre e assalto à céu aberto e corpo fechado o chão é sujo e tem bactérias e nós os restos mortais das estrelas sabendo delas não podemos vê-las que somos mesmo da mesma matéria quando matéria! a romaria de ações pro futuro fiéis na fila e encima do muro fiéis no banco, sentados nos juros e em vigília mastigando cifras fiéis aos montes, aos rinocerontes fiéis às cegas e vendo novelas é o fim da história o aqui e o agora a noite é fria, nas pernas da Glória quando eu começar vai ser pra matar vai ser pra matar a fome do mundo! quando eu resolver vou por pra correr vou botar pra correr o dinheiro sujo! quando eu decidir vai ser pra invadir vai ser pra invadir teu coração duro!
6.
O PODER DA MÉDIA___________________________batone Preparado pra fama preparado pra fome pronto pra dar o bote mas se o bote afunda a gente vem no rebote e se o outro rebate a gente faz o que pode inventa e põe no wikipedia e o Wikileaks sacode reféns do poder da média, da média geral da Datafolha do mundo, do Ibope global da massa média cerebral preparado pro tranco preparado pro trote passa a valsa pro tango troca a tanga por short é só de chinelo de dedo sem nenhum medo da sorte que a sorte nos venha cedo cabeça cheia de sonho enche a barriga de vento reféns do poder da média, da média geral que bota rédea no mundo, um freio infernal da massa média cerebral reféns do poder da média, da média geral da nota média do mundo, um freio infernal da massa média cerebral

about

Fruto de um processo relâmpago de composição, arranjo e gravação condensados em 4 dias de estúdio. A experiência resulta num registro de urgência, sensível e viceral ao mesmo tempo emoldurado num post-rock de improvisação jazzística em profunda sintonia com o momento atual do país.

credits

released January 29, 2016

Gravado no Plugue Estúdio do 12 ao 15 de dezembro de 2013
Produção musical: Júlio Anizelli
Direção de arranjo: Emílio Mizão
Edição, mixagem e masterização: Júlio Anizelli e Caio Freitas
Arte gráfica: Toty Galbiati

Músicos:
Emílio Mizão - guitarra e efeitos
Filipe Barthem - baixo e trompete
Fábio Farinha - bateria
Murilo Barbosa - teclado
Diogo Burka - bass synth e micro Korg
Rodrigo Bamboo - bateria
Gabriela Catai (Cluster Sisters) - backing vocals
Giovanna Correia (Cluster Sisters) - backing vocals
Maitê Motta (Cluster Sisters) - backing vocals
Batone - vocal

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about

Batone Montreal, Québec

Eco-anarco-humanista, glauberiano com ascendente em escorpião.
Um ex-fantoche, um faminto índio das cavernas, um loboguará do Velho-Oeste Paulista e, antes de tudo, um ente que se quer presente.

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