A Última Bala

from Disquinho de Bolso by Batone

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Essa canção era pra se chamar Bonnie and Clyde, ou Bone e Cleide. Eu sei que a Beyoncé tem uma música com esse nome, e olha que ela nem é a primeira. Mas o que fazer quando o nome é perfeito para o retrato cantado. Lógico que antes tentei ser mais original, e ela assim já foi batizada de “Tudo Arde Silenciosamente ao seu Redor”, “CéRebro” e “Amor Verânico”. Nenhum pegava. Mas quando sugeri que “Última Bala” era pra lembrar “Uma Rajada de Balas” que, por sua vez, era pra lembrar “Bonnie and Clyde”, o Oliver comprou a idéia e a defendeu até o fim. E no fim das contas ele tinha razão, das canções do Disquinho de Bolso essa é a mais imagética. Agora, se minha intenção fosse me valer de um recurso romântico, que é essa idéia de um couple outsider, seria melhor escolher “Assassinos por Natureza”. Afinal, a declaração que Warren Beatty faz à Faye Dunaway quase no fim do filme é uma das mais “anticlimax” da história. Aliás, é isso que explica toda a violência do casal que buscava na posse fálica da arma sublimar o desejo erótico. Mas essa canção não tem nada disso. Nessa só busquei fazer um exercício de frases isoladas que vão aos poucos compondo um cenário mais ou menos articulado na cabeça de quem ouve: “Mãos ao alto isso é um assédio contra o tédio”, “do teu lado eu topo aparecer na foto, mire bem no peito quando a porta abrir”, e a referência rapunzélica do início “olhe pra janela… jogue-me as suas tranças” são frases pilares para mim. Essa vontade de fugir que perpassa a canção, o som das sirenes (que apareceram por acaso devido a um erro de leitura ou transposição do midi) comunicam algo profundamente adolescente e necessário num determinado momento da vida (que pode mesmo nem ser na adolescência, mas se for, tanto melhor). Talvez o Chico se lembre, essa canção é bem antiga. Mas como meu processo é assim, ela talvez já tenha se transformado tanto que os rastros se apagaram.

lyrics

A ÚLTIMA BALA_____________________batone

Deixe logo de ser boba, junte suas coisas, vamos partir para o que vier
a cidade inquieta é a selva perfeita, olhe pra janela meu amor
jogue-me as suas tranças, vamos rir um pouco,
me dá logo o bem que eu sei que você tem pra mim

Hoje o tempo está fechado e corre um boato que o asfalto deve derreter
o meu filme em preto e branco, a platéia em prantos
todos torcem pr’eu beijar você
mãos ao alto isso é um assédio contra o tédio,
vem que eu tenho todo bem que eu sei que você quer sentir

Você está cercada, renda-se aos fatos
pelo teu retrato vão te perseguir
do teu lado eu topo aparecer na foto
mire bem no peito quando a porta abrir
nessa estamos juntos até o fim do mundo
até o último cartucho, até a última bala

De hoje em dia há muitas coisas
que não vão ser mais como costumavam ser
vou por no lugar, o pingo dos “is”, e desdobrar meu coração de papel
há muita dor, mas, há muito mais e o dia amanhã nasce de novo

vem que é com você que vale a pena
ver se a minha alma não é pequena
vem que juntos somos cem
ouça as sirenes, tudo arde silenciosamente ao meu redor

credits

from Disquinho de Bolso, released September 16, 2009
Batone: voz, craviola e guitarra
Oliver Drummond: guitarras
Joe Parker: baixo
Irmãos Saturno (Paulo e João Casaes): efeitos, batidas e loops
Érick Moura: cítara, piano e teclados
Stephan Drummond: bateria

license

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Batone Montreal, Québec

Eco-anarco-humanista, glauberiano com ascendente em escorpião.
Um ex-fantoche, um faminto índio das cavernas, um loboguará do Velho-Oeste Paulista e, antes de tudo, um ente que se quer presente.

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