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LIXO EXTRAORDIN​Á​RIO

by Batone

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1.
Der Leone 04:52
DER LEONE_____________________(música: farinha / letra: batone) Ouço vozes do sonho e do irracional pra que a arte vença essa mente ocidental pra que o delírio reclame o seu valor com toda a violência do amor te desperto pois teu inverno sede ao meu sertão tua sede louca é da raiva do meu cão vais comer teu ouro e só sobrará por fim a pedra lapidada nos teus rins, a pedra lapidada a pedra latente nos teus rins certos fins justificam meios mais rasteiros a pedra de toque, o estopim, tudo por um triz, por um fio de cabelo negro mais um passo e serás um alvo fácil de abater chegue perto e meu verso lhe fará doer tua sorte achou meu açoite redentor à terra tudo retornará na mesma idade da Terra todo libertado é marcado e tem destino incerto traz interno o fardo e no intestino o próprio inferno vais vagar o mundo e acertar quem te traiu com a labareda do teu sol sombrio é dado aos sóbrios ver a luz do sol! "aprenderão, dominarei esta terra, botarei essas histéricas tradições em ordem, pela força, pelo amor da força, pela harmonia universal dos infernos, chegaremos a uma civilização"
2.
Trégua 04:19
TRÉGUA________________________________________(batone e gabi) Nem outra febre te treme nem outro creme nem outra crença compensa nem outro crime a mesma festa é a raspa do teu humor a sobremesa não presta a festa é a mesma a mesma resposta o mesmo gol nem na nata, nem na draga, nem na sarjeta nem pose, nem passeata, que eu sei toda a reza a tua arte combate ou só faz show? a sua greve se atreve? ou você se trava? ou trama a chegada de um novo sol? nada que brilha essa noite é colírio no meu delírio você faz a falta na conta mais alta na ponta da régua trégua... trégua... trégua... dois pontos e nenhum traço tudo no abraço o esboço como contrato nada no bolso a ponte que aproximava já desabou a estrada agora é uma reta a seta está torta aponta uma rota qualquer e só nada que brilha essa noite é colírio pro meu delírio a falta é um soco de quem quer o troco engula esse fora tóra! tóra! tóra!
3.
AOS POLONESES DO BRASIL________________(música e letra: batone) Morre na areia da praia vermelha morreu aos pés de Chopin aos poloneses do Brasil, manjuba e mandiopan eu ergo um brinde no copo dos outros eu penso grande no canto dos olhos procurando as cem gramas mais baratas ao vencedor as batatas! agora sou eu no beco das garrafas atrás da viva alma que me ouça mudando o nome no beco da fome prensando um beck agora sou eu querendo cama em Copacabana tirando onda em Volta Redonda levando tapa nos Arcos da Lapa pegando leve agora sou eu sem a menor piedade de mim pro inferno as boas intenções tupi or not tupi!
4.
TUDO TE É FALSO E INÚTIL__________________(música e letra: batone) Precisa-se de balconista. Atravesse só na faixa. Divide-se à perder de vista! Ganhe dinheiro sem sair de casa! Sorria, você está sendo filmado! Cuidado! pista escorregadia. Empurre. Puxe. Pegue. Dobre e guarde. Aguarde por sua vez na fila. Mata-chamas. Chame alto! Bata antes de entrar. Entre as duas alavancas, puxe a trava. Quebre o lacre. Ponha a tampa. Ande devagar. Atenção no espaço entre o vão e a plataforma. tudo te é falso e inútil.... tudo é muito sutil tudo te é falso e inútil.... tudo é muito sutil tudo te é falso e inútil.... tudo é muito sutil e descarado!
5.
ACIDENTE NA RUA PROF. AZEVEDO MARQUES (música e letra: batone) Ela me diz: siga em frente, deixa de lado o cuidado, se arrisque comigo tudo o que foi planejado não faz mais sentido isso eu li não nos seus lábios, mas nos sinais dissonantes por entre seus dentes essas coisas que tornam importante qualquer acidente qualquer desenho seu, o inevitável, o absurdo, uma coruja, um traço de carvão qualquer desenho à mão, que grita do teu coração mais um porquê e eu um só qualquer, que o tempo acaba a cada passo o tempo agora é o espaço, as quadras, semáforos que sinalizam verde, amarelo e/ vermelho, verde, amarelo, verde/ vermelho, verde, amarelo e... cuida de mim, me pondo em perigo, hoje o meu certo ou errado eu deixo contigo eu não me importo se o guarda nos pôr de castigo zela por mim, toma meu nome, gruda no seu, pra me achar usa o teu telefone em todo esse mundo do avesso me escondo… no seu endereço, nada de onde ou quando eu nunca vou pedir pra você ficar justificando me chame sem medir hora e recado eu vou até aí só pra apagar o teu cigarro ou pra ascender a cidade quieta e ansiosa que te espera aparecer a cidade a meu ver, você a meu ver...
6.
AMARELO QUASE ROXO______(música: marcus matraca / letra: batone) Quando tem a cama falta a fama quando tem a idéia falta a câmera quando traz a viola falta a corda quando acorda de fato falta sol se tem o tédio falta o rádio se tem o remédio falta o raio X mas a gente faz prendendo o fôlego! amarelo quase roxo, a gente faz no gás, no osso! no talo, na lona, no palco, no poço! amarelo quase roxo... a gente faz! quando tem vontade falta afinco quando joga pelo empate vira nos 45’ quando tem um monte falta a ponte quando dá exato falta saco se acha a fórmula satura se você dá uma folga alguém dedura mas a gente faz prendendo o fôlego! amarelo quase roxo, a gente faz no gás, no osso! no talo, na lona, no palco, no poço! amarelo quase roxo... a gente faz ... prendendo o fôlego!
7.
Super 04:22
SUPER_____________________(música: farinha, mizão e batone / letra: batone) O que for que te preocupa agora vai dormir passando frio lá fora porque eu sou teu super dindi atravessando paredes com a broca exata para as buchas certas alerta ao desperdício das torneiras pra te livrar do pesadelo eu tenho um plano "B" não tema, não, não tema pra sondar escutas entre os teu cabelos ou na ajuda pra prender o espelho conte com teu super dindi se você precisa de quem desarme minas no quintal ou que traz da locadora um filme bem legal force um grito, dê um assovio apenas pisque se você cortar o dedo eu colo ao menor sinal de desespero já estou teu super dindi vem comigo na minha garupa nos aguarda a melhor pipoca você tem um super dindi mas se um dia a idade te exigir a vida mais normal e a vontade de viver com um simples mortal tomo rumo no silêncio do espaço sideral
8.
ACROBATAS EPILÉTICOS_________________________(música e letra: batone) Não contém acidulante, nem mesmo conservante e ainda é doce pra danar/ sozinho pode te engasgar com baixo teor de nicotina, anda e não gasta gasolina se quebra é só mandar engessar/ tão logo cai, tão logo volta agora com vocês, ele que tentou mais de uma vez e hoje promete não falhar pulando lá do alto dos enganos dentro de um copo americano pra fazer toda a platéia se mijar: os acrobatas epiléticos! com seu porte atlético invisível, num topete conversível ele prepara o sermão/ pra tratar do mundo cão colocando a vida em perigo vai desatar o nó do umbigo e muchar como um balão por amor a profissão! respeitável público, honorável cidadão excrementíssimo doutor, imperdoável bom cristão quem não forte saia, quem ficar prepare a vaia que já somos famosos por criar decepção os acrobatas epiléticos! quem não for forte saia quem ficar engrosse a vaia que estamos preparados pra parar só de manhã se o show lhes comover, é bem justo nos prover estamos aceitando mexericas e maçãs porque - doa a quem doer o palhaço é ladrão de mulher! os acrobatas epiléticos!
9.
MY HEART NOW IS ROCK______________(el escama) Só porque não chorei quando assisti ao pôr-do-sol quando olhei pra o azul do mar quando meu time fez um gol só porque não chorei com a letra da canção de amor quando o mocinho se deu bem quando o doente se curou me chamaram de insensível me trataram como um monstro me julgaram e condenaram! e por causa de besteiras ai, ai, ai, vejam só meu coração agora é pedra! só porque gargalhei quando traçaram a velhinha quando amputaram a perna errada quando perdemos pra Argentina! me chamaram de insensível me trataram como um monstro me julgaram e condenaram! e por causa de besteiras ai, ai, ai, meu Deus do céu! meu coração agora é pedra! e agora me pergunto: querem que eu viva de luto ou que eu largue a embriaguês? saibam pois, que eu choro a rir de vocês e insensível é os colarinhos da vó!
10.
ROSA DOS VENTRES________________________(música e letra: batone) Na sua cor de flor cuspindo pólen, olhem tudo ao redor rima com teu vestido quando só vestes luz como o tempo que se espera pra nascer beleza ferina, ferrão de abelha em pele de fruta depois que garoa era licor a boca que ela deu pr’eu provar tudo mudou, tudo mudava toda hora quis meu fim e eu quis cegar dessa força polar cegar das estrelas, cegar de velas num canto que atrai os vagalumes e os que vageiam nus atrás da luz quando alguém diz : vem amor, vem amor, venha morar em mim! vagalume vem, vem, teu pai tá aqui, tua mãe também! vagalume vem, vem, teu pai tá aqui, tua mãe também! ela mudou, toda manhã é outra rota vira motor, vai rosa moinho por linhas tortas rosa luz, rosa dos ventres sem pai, sem país rouba dos detentos o sono dos ossos rosa sim, rosa dos ventos suspirosos o meu amor ficou na sua bolsa, ouça ela levou e virou madrugada, ladra!
11.
Gang-Bang 04:06
GANG-BANG____________________________(música e letra: batone) Tanto faz se vai chover confete romântico é o Catete tanto faz se a gente já bateu cabeça eu quero mais é que algo aconteça porque o mundo é ruim, o mundo é ruim e acerta o meio de quem não sabe o que quer e acerta em cheio a gente na mesma colher você em outra, aí complica tudo eu fico cego, surdo e mudo tanto faz como vai vir teu amor se ele vier pensado na malícia se ele vier encharcado em seu suor e me fazendo molhar a camisa vou ter certeza que sim certeza que sim que aquele beijo de festim rende outros dramas e sob um sol de gang-bang à italiana a gente faz da nossa mise-en-cene, miscelânea tanto faz o quanto ama, que ame talvez o teu talvez já basta, é o bastante talvez o teu talvez é pouco e eu apanhe talvez já seja até alguma coisa e eu te ganhe porque o mundo é que é ruim, a vida até que é boa e certo só mesmo o fim e o tempo é tua escolha o tempo é tua escolha
12.
TARZAM MODERNO________________________(música e letra: batone) É alguém encolhido na calçada é um outro que finge a própria dor é a casa deixada e desejada é uma outra visão do mesmo amor no chacoalho do trem para o trabalho no cochilo quadrado do metrô vou pensando o país dos Abelardos onde a cura é o placebo B.O. não, não quero perder, eu não quero não, não quero largar , eu não quero não, não quero deixar, você é o mistério você é esse instante que eu quero guardar é sério, é muito sério, eu sou seu lugar você é importante pra minha boa forma é uma feira de cura mediúnica é a única chance de ganhar é uma esquina trancada com macumba é a rumba que vem do meu olhar não sabia se punha terno ou jeans se era "rave" ou se era procissão sem idéia do que esperam de mim visto a camisa nova e digo não não, não quero perder eu não quero não, não quero largar eu não quero não, não quero deixar, você é esse prédio tomado lá do térreo ao décimo andar tomando todo o Aterro de tédio e de mar não mude, não encane, não case tente me esperar é a música intensa dos sentidos é o grito de antenas e sinais é o sol me enchendo de malícia é o rito de velhos capitais de repente senti-me invisível um fantasma cortando multidões transpirando carbono, vidro, diesel confundindo com as tripas, corações não, não quero perder, eu não quero não, não quero largar , eu não quero não, não quero deixar, você é o remédio que eu finjo tomar
13.
ASSOMBROSO, DIVINO______________________(música e letra: batone) Alguém como eu quando pisa no mundo passa o tempo todo respirando fundo acordando com gastrite quando esqueço que o passado não existe se a vida é um filme a minha é uma reprise da explosão que fez nascer esse amor por você alguém como você que tem cara pra me ligar fora de hora só pra dizer que o mundo boicota a coca-cola e ainda vem com esse tipo: não se entregue por vencido! eu já sei somos amigos, dá um tempo, não me acorda Minha filha ainda tenho mais tomate na pistola e já sei que na real, o real acaba Nos pilares da matéria o tempo é água que infiltra, encharca e abala ventos vão cruzar países, imagens vão formar línguas a terra cicatrizará fronteiras e o petróleo um dia mingua ninguém mais vai se lembrar da concha da Shell e eu vou esquecer que doeu! até lá, vai ver meu sorriso triste na Dinamarca num balcão de cibercafé na Dinamarca com as antenas asteadas, com a bandeira das Cruzadas na onda dessas elétricas marés pois é, ainda vou te perdoar vou cuspir esse caroço defenestrar esse destroço se a armadura foi pra guerra, o coração ainda é moço e assim alguém como nós pode ser qualquer outro com tanta fome de luz, apetite de avestruz que sempre entala algo no pescoço tropeçamos, porém tropeçar, meus amigos! faz parte do exercício sei que fui, mas, quem não é até aí, pois é assombroso, divino!
14.
O Inventor 05:26
O INVENTOR_____________________________(música e letra: batone) Me vê um maço “Low Tar” o meu relógio parou e eu preciso de alguém pra me chacoalhar vivo no “Espaço Retrô” mas sei que essa fase acaba antes de eu me acabar porque eu sou um inventor sei que os vizinhos quando cumprimentam pensam que ainda penso em você pelo lodo nos ladrilhos foi de mim que me esqueci pr’um universo em desencontro nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio chega de bode meu bem, se você pode eu também um outro beijo vai fazer corar o sol que apaguei então vou saber lembrar você como se deve lembrar como se deve lembrar... sei que os vizinhos quando cumprimentam pensam que ainda penso em você Pela sombra do caminho acho até que emagreci a velha roupa colorida juntou poeira na viagem bandeira pouca é bobagem! chega de bode meu bem, se você pode eu também um outro beijo vai fazer corar o sol que apaguei então vou saber lembrar você como se deve lembrar mais um cigarro a varejo a minha casa caiu e eu preciso de alguém pra dar uns apertos antes que eu vire bolor eu vou procurar “onde é que está meu rock`roll” porque eu sou um inventor

about

"Lixo extraordinário" porque na vida efêmera do pop existe algo desse perigo de contaminação (estética e ideológica). Lixo é hoje a mercadoria que mais circula nas economias periféricas, sobretudo como produto de cultura de massa, representando uma simbólica, dramática e importante, fonte de sobrevivência para tudo o que o sistema marginaliza.

Assim, o lixo é a anomalia acumulada dos atuais paradigmas. Enquanto o resíduo do antigo colonialismo era o bagaço da cana, nas novas formas do colonialismo esse resíduo passa a ser sucata tecnológica. Mas o lixo na sua forma manufaturada (câmeras, microfones, PCs, programas pirateados, celulares, etc) serve também de meio de expressão para que o mundo periférico cultive linguagem. E novas linguagens inventam novas realidades. O sistema traiu-se. O processo é lento (mas irrefreável). Ouça no volume máximo.

credits

released July 1, 2007

Gravado, mixado e masterizado no Plugue Estúdio
(Londrina - PR) entre julho de 2005 e janeiro 2007.
produção musical, mixagem e masterização: júlio anizelli
direção artística: batone
direção de arranjos: mizão
co-arranjadores: filipe barthem e paulinho siqueira

técnicos de gravação e edição: júlio anizelli e gustavo potumati
projeto gráfico: toty galbiati

batone: voz e violão
mizão: guitarras e efeitos
filipe barthem: baixo, cavaquinho e craviola
farinha: bateria
alex corrêa: teclados

participações especiais: bamboo: bateria - duda de souza: pandeiro, alfaias, surdo, cuíca, tamborins, caxixi, rastelo, cowbells e tambor de mola - luís marcelo: bateria - paulinho siqueira: sax alto, tenor, barítono e soprano, flautim e fagote - rodrigo serra: vibrafone e caixa marcial - ricardo penha: baixo acústico - tim: trombone - dino: teremin - gustavo potumati: baixo - osmani jr.: guitarra, efeitos e equipamentos

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Batone Montreal, Québec

Eco-anarco-humanista, glauberiano com ascendente em escorpião.
Um ex-fantoche, um faminto índio das cavernas, um loboguará do Velho-Oeste Paulista e, antes de tudo, um ente que se quer presente.

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